Cerca de 10% das mamografias de rastreamento assinalam alguma anomalia, e 15 a 20% destas precisam, de alguma forma, de análise tecidual. A multiplicidade das lesões (nódulos, microcalcificações, lesões sólido-císticas, realces à ressonância magnética, distorções de arquitetura) exige estratégias distintas para obterem-se as amostras. A colheita de material é sempre invasiva, envolve desconforto físico e emocional e complicações que incluem pequenas equimoses, hematomas e até mesmo pneumotórax. É importante escolher com responsabilidade o tipo de biópsia a fim de preservar a paciente de morbidade desnecessária. As biópsias mamárias têm limitações de sensibilidade e especificidade, por isso é fundamental conhecer o valor preditivo positivo e negativo de cada método a cada situação.

A biópsia de uma lesão não palpável envolve duas variáveis: uma forma de guiar o procedimento (o método imaginológico) e uma forma de colher o material (a biópsia propriamente dita). Nesse sentido, é fundamental a análise da concordância entre os achados imaginológicos e anatomopatológicos a fim de detectar erros de amostragem.