Muito discutido atualmente em virtude da polêmica política de restrição ao seu acesso do usoambulatorial, o misoprostol foi tema de uma magnífica reunião realizada na Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha em junho.
Inicialmente, Nelson Sass, chefe do Serviço de Obstetrícia do Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha (HMMEVNC), apresentou as características do serviço. Seus números e resultados, baseados nos indicadores de qualidade de assistência, colocam realmente esta maternidade como um dos melhores serviços do município, cujos indicadores se aproximam muito aos dos Hospitais Universitários avaliados, como Escola Paulista de Medicina e Faculdade de Medicina da USP.
Em continuidade, Cristião Fernando Rosas, gerente de internação do HMMEVNC, apresentou as políticas restritivas que a Anvisa impõe ao acesso desta medicação, bem como toda a movimentação que a FEBRASGO, o Ministério da Saúde e várias outras organizações estão realizando para quebrar estas
barreiras apoiadas em uma gama de justificativas hipócritas relacionadas ao aborto.
Comentou que muitas mulheres estão morrendo pela falta de acesso ao medicamento e que, em locais muito mal supridos de serviços hospitalares (por exemplo, áreas remotas da região amazônica), vidas poderiam ser salvas. Interessante a discussão sobre a apresentação do nosso medicamento brasileiro, o Prostokos, que apresenta em sua caixa uma ilustração de ―proibida a utilização por gestantes‖, quando a indicação é exclusiva para obstetrícia.